Cantina Porto

Comercial e corporativo

Este projecto propõe a conversão do antigo refeitório dos CFM num edifício comercial e institucional que sirva de interface entre os operadores portuários e os seus clientes.

Datado do início do século passado, este edifício foi concebido para ser utilizado como refeitório para o pessoal dos Caminhos de Ferro de Moçambique. O edifício é constituído por um volume central com dois andares, onde se encontram centralizados os serviços de apoio às actividades do refeitório. Este é ladeado pelas duas grandes salas de refeições de ocupação térrea. Existe, em cada uma das salas de refeições, e com acessos independentes, uma sala de apoio com os seus respectivos sanitários dedicados.

A alteração do caráter funcional do edifício precisa de ser acompanhada de uma alteração do caráter da sua inserção urbana e do diálogo que se estabelece dele com o meio urbano no qual está inserido.

Foi necessário readequar a concepção original do edifício que prevê o seu acesso pelo interior do terreno do Porto, voltando as suas costas para a cidade e espaços de circulação público, e transformá-lo para que ele adquira um caráter realmente público, invertendo o seu princípio básico de relação com o meio urbano.

As alterações propostas para o edifício procuram traduzir esta abertura administrativa e funcional numa “abertura espacial” para a rua, espaço de circulação e vivência pública. Com o exercício de alteração do traçado do muro do Porto, aliada à alteração do acesso principal do edifício, conseguimos reconciliá-lo com a cidade, promovendo a transformação da área perimetral ao edifício em espaços de transição acolhedores, absolutamente públicos e passiveis de apropriação, de acordo com o novo carácter do edifício.

Os lanternins concebidos para a cobertura visam dotar os ambientes internos de iluminação natural abundante, que conjugados com a utilização de divisórias internas em vidro permitem que a luz ganhe profundidade e alcance as áreas de estar e circulação centralizadas.

As fachadas exteriores permanecem com o mesmo ritmo de aberturas, propondo-se a substituição de algumas das janelas e portas por painéis de vidro. Esta estratégia permite garantir que os utilizadores de longa duração mantenham o contacto visual com o ambiente exterior.